segunda-feira, 24 de setembro de 2012
O que é Comunicação?
As comunicações são o centro gravitacional de todas as atividades humanas. Literalmente nada acontece sem que haja prévia comunicação. Um grande número de problemas pode ser ligado à falta de comunicação - saber qual é o problema já é ter meia solução.
Comunicar bem não é só transmitir ou só receber bem. COMUNICACÃO é troca de ENTENDIMENTO, e ninguém entende ninguém sem considerar além das palavras, as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns conhecimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem, seja ela verbal, escrita ou corporal.
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Como num filme
Não foi difícil cair nas graças de Seu Amalfi. Direto, sincero, amoroso, foi logo falando de sua vida, com um jeito meio solto, especial, como quem vai montando uma seqüência de cenas em nosso pensamento. De início, estáticas e em preto-e-branco, e, aos poucos, em impulsos coloridos. Depois de uma ou outra pergunta, quase nem precisei falar mais nada. Apenas ouvir, entregar-se à brincadeira da memória era o que bastava.
Ele foi contando, contando e imagens foram se instalando em mim como quem entra em um filme.
"Esse cheirinho de café pendurado no vento leve conduz a meu tempo mais antigo.
Pensei ouvir bem baixinho um fiapo de uma canção napolitana e tudo veio à tona. Logo lembrei-me de minha mãe torrando café, fazendo o pão, a macarronada. Bem que procuro não pensar muito para não marejar os olhos.
O começo de tudo foi na Itália. De lá vieram meus pais. Fugidos do horror da guerra, acabaram por fazer a vida aqui em São Paulo, onde nasci.
É a partir dessas lembranças que minha cabeça parece uma máquina de fabricar filmes.
Recordo muita coisa. Não só do que minha mãe contava, mais ainda das que eu vivi.
Lá pelos idos de 1929, com cerca de sete anos de idade, era menino feito. Minha vida era um misto de cowboy com Tarzan. Onde hoje fica o Shopping Center Norte era só mato, água e muita, muita terra. Era lá meu paraíso. Meu e dos meus amigos: o Vitorino, o Zacarias... Vivia para jogar futebol, nadar, pescar e caçar passarinhos.
Uma brincadeira de que gostávamos muito era “chocar o trem”. Sabe o que é isso?
Era subir rapidinho no trem em movimento. Ele andava bem devagar, é claro, levando pedras da Serra da Cantareira para construir a cidade. Com o tempo seu trajeto se encheu de bairros: Tucuruvi, Jaçanã, Vila Mazzei, Água Fria e mais o que há agora. Lembra aquela música do Adoniran? Tem a ver com esse trem...
Da escola não gostava tanto. Não era um bom aluno, mas era esperto, vivido. Isso sim. O que acabava ajudando em muitas situações... Em um abrir e fechar dos olhos da memória lá estão a escola, o corre-corre das crianças e todos eles, intactos e em plena labuta do dia: Dona Albertina, Dona Isabel, Seu Luís, os professores. Ainda o Seu Peter, o diretor, e Seu Luigi, o servente. Quantas vezes em meio à cópia da lousa, que seguia plena em silênci o e dever, disparava um piscar enviesado para meus companheiro s de time. Quebrávam os as pontas dos lápis e com o descaramento e a falsa pretensão de de ixarmos todos eles apontadinhos para a letra ficar bem desenhada e bem bonit a nas nossas brochuras, lá íamos nós, atrás da porta e com a gilette em punho, armar em cochichos a melhor estratégia para o próximo jogo. Tudo lorota!
Meio moleque, meio mocinho, sempre dava algum jeito de arranjar um dinheirinho para ir à Voluntários, uma das poucas ruas calçadas do bairro, nas matinês do cine Orion.
Meu figurino era feito por minha mãe: uma camisa clara, bem limpa e passadinha com ferro de brasa. Com meus colegas ia ver o que estava em cartaz. Bangue-bangue era o melhor. Lembro-me do BuckJones, do Rin Tin Tin, do Roy Rogers e mais uma porção daqueles bambas do momento. Também me recordo do cine Vogue e de Seu Carvalho, seu dono e operador, que, ao constatar a enorme fila na bilheteria, dizia para nós, garotos, com certo orgulho solene, só haver lugares em pé. Entrávamos mesmo assim. Depois de alguns minutos já tínhamos nossos lugares escolhidos e... sentados. No escurinho do filme começado, queimávamos um barbante malcheiroso que fazia todo mundo desaparecer de nosso lugar preferido. Comédia pura, não é?
Com o passar dos anos, veio o tempo do trabalho para valer. De aprendiz de químico tornei-me o titular na fábrica de perfumes dos libaneses. Fiz de tudo lá: brilhantina, rouge, pó-de-arroz, produtos muito usados na época. Veio também o tempo do namoro sério e, com ele, o cinema com sorvete a dois. Minha vida era um filme de aventuras, mais que outra coisa. Tive de vencer muitos obstáculos. E foi um bom tempo assim.
Construir uma família não é fácil, mas, como se sabe, o amor sempre vence.
Como nos filmes de amor, acabei me casando em technicolor e em cinemascope, como um galã, com minha Mercedes, mais bonita que Greta Garbo ou qualquer outra estrela de Hollywood. Com ela comecei a freqüentar o centro de São Paulo. Íamos de bonde elétrico, descíamos na Praça do Correio e andávamos de braços dados pelos pontos mais elegantes da cidade.
Misturados aos carros que pertenciam a gente muito rica, estavam os cabriolés, uma espécie de carroça puxada a cavalos... Na Avenida São João estavam os melhores cinemas: o Marabá, o Olido, com seus camarotes e frisas. Quantos filmes! “O Canal de Suez”, “O Morro dos Ventos Uivantes”, “E o Vento Levou!”. Vejo-nos direitinho, como em um musical indo para a cidade de bonde. O condutor, o Delmiro, mais parecia um bailarino, um Fred Astaire tropical, por conta dos trejeitos, malabarismos de corpo que fazia ao parar, descer, cumprimentar, receber as pessoas, acomodá-las e, enfim, conduzir o bonde.
Era mais que um motorneiro. Esse era um show à parte!
Se bem me lembro, o cinema me acompanhou a vida inteira. Isso porque sou do tempo do cinema mudo, veja você, onde os violinos e o piano faziam nossa imaginação ouvir as vozes e sentir as emoções dos artistas que passavam rápidos nas telas. Depois veio o cinema falado e para nós isso era a maior e a melhor invenção. Olhando para o que se passou, constato que fui um bom freqüentador das telas. Com chuva ou com sol!
Até nossa primeira filha, com poucos meses de idade, não impedia nossa diversão preferida! Era nossa figurante proibida. Íamos ao Bom Retiro, ao cine Lux. Lá eu conhecia todo mundo e sentávamos com a menina nos braços bem na ultima fila, caso precisássemos sair às pressas para acalmar um choro repentino. Assistimos a tantas histórias e nossa menina dormia profundamente. Quase sempre.
Talvez por conta de trabalho, das exigências da vida, dos cuidados com a família e mesmo com a facilidade da televisão, acabei me dando conta de que fiquei muito tempo sem ir ao cinema. Engraçado, agora que estou praticamente sozinho, em conseqüência das perdas que a vida nos traz, o cinema volta com toda a força. Não perco quase nada do que passa nos shoppings perto de cas a. Tudo é mais confo rtável, imenso. Mas tudo é mais barulhento, apressado e real dem ais. Não sobra muito tempo para sonharmos.
Mesmo assim, quero ir a outros cinemas desta cidade que cresceu e cresce tanto. O jeito é me armar de um celular para que minha filha não fique tão preocupada comigo por causa dessas minhas novas aventuras cinematográficas."
Quando releio o que está escrito, não sei onde está o que o Seu Amalfi me contou e onde está o que projetei de sua vida em mim. Engraçado mesmo! Perdi-me nos labirintos da imaginação, onde o presente e o passado se fundem em um só desenho. A memória brinca com o tempo, como em um filme, como uma criança feliz.
Antonio Gil Neto, escritor paulista.
Texto escrito com base no depoimento do sr. Amalfi Mansutti, 82 anos
Ele foi contando, contando e imagens foram se instalando em mim como quem entra em um filme.
"Esse cheirinho de café pendurado no vento leve conduz a meu tempo mais antigo.
Pensei ouvir bem baixinho um fiapo de uma canção napolitana e tudo veio à tona. Logo lembrei-me de minha mãe torrando café, fazendo o pão, a macarronada. Bem que procuro não pensar muito para não marejar os olhos.
O começo de tudo foi na Itália. De lá vieram meus pais. Fugidos do horror da guerra, acabaram por fazer a vida aqui em São Paulo, onde nasci.
É a partir dessas lembranças que minha cabeça parece uma máquina de fabricar filmes.
Recordo muita coisa. Não só do que minha mãe contava, mais ainda das que eu vivi.
Lá pelos idos de 1929, com cerca de sete anos de idade, era menino feito. Minha vida era um misto de cowboy com Tarzan. Onde hoje fica o Shopping Center Norte era só mato, água e muita, muita terra. Era lá meu paraíso. Meu e dos meus amigos: o Vitorino, o Zacarias... Vivia para jogar futebol, nadar, pescar e caçar passarinhos.
Uma brincadeira de que gostávamos muito era “chocar o trem”. Sabe o que é isso?
Era subir rapidinho no trem em movimento. Ele andava bem devagar, é claro, levando pedras da Serra da Cantareira para construir a cidade. Com o tempo seu trajeto se encheu de bairros: Tucuruvi, Jaçanã, Vila Mazzei, Água Fria e mais o que há agora. Lembra aquela música do Adoniran? Tem a ver com esse trem...
Da escola não gostava tanto. Não era um bom aluno, mas era esperto, vivido. Isso sim. O que acabava ajudando em muitas situações... Em um abrir e fechar dos olhos da memória lá estão a escola, o corre-corre das crianças e todos eles, intactos e em plena labuta do dia: Dona Albertina, Dona Isabel, Seu Luís, os professores. Ainda o Seu Peter, o diretor, e Seu Luigi, o servente. Quantas vezes em meio à cópia da lousa, que seguia plena em silênci o e dever, disparava um piscar enviesado para meus companheiro s de time. Quebrávam os as pontas dos lápis e com o descaramento e a falsa pretensão de de ixarmos todos eles apontadinhos para a letra ficar bem desenhada e bem bonit a nas nossas brochuras, lá íamos nós, atrás da porta e com a gilette em punho, armar em cochichos a melhor estratégia para o próximo jogo. Tudo lorota!
Meio moleque, meio mocinho, sempre dava algum jeito de arranjar um dinheirinho para ir à Voluntários, uma das poucas ruas calçadas do bairro, nas matinês do cine Orion.
Meu figurino era feito por minha mãe: uma camisa clara, bem limpa e passadinha com ferro de brasa. Com meus colegas ia ver o que estava em cartaz. Bangue-bangue era o melhor. Lembro-me do BuckJones, do Rin Tin Tin, do Roy Rogers e mais uma porção daqueles bambas do momento. Também me recordo do cine Vogue e de Seu Carvalho, seu dono e operador, que, ao constatar a enorme fila na bilheteria, dizia para nós, garotos, com certo orgulho solene, só haver lugares em pé. Entrávamos mesmo assim. Depois de alguns minutos já tínhamos nossos lugares escolhidos e... sentados. No escurinho do filme começado, queimávamos um barbante malcheiroso que fazia todo mundo desaparecer de nosso lugar preferido. Comédia pura, não é?
Com o passar dos anos, veio o tempo do trabalho para valer. De aprendiz de químico tornei-me o titular na fábrica de perfumes dos libaneses. Fiz de tudo lá: brilhantina, rouge, pó-de-arroz, produtos muito usados na época. Veio também o tempo do namoro sério e, com ele, o cinema com sorvete a dois. Minha vida era um filme de aventuras, mais que outra coisa. Tive de vencer muitos obstáculos. E foi um bom tempo assim.
Construir uma família não é fácil, mas, como se sabe, o amor sempre vence.
Como nos filmes de amor, acabei me casando em technicolor e em cinemascope, como um galã, com minha Mercedes, mais bonita que Greta Garbo ou qualquer outra estrela de Hollywood. Com ela comecei a freqüentar o centro de São Paulo. Íamos de bonde elétrico, descíamos na Praça do Correio e andávamos de braços dados pelos pontos mais elegantes da cidade.
Misturados aos carros que pertenciam a gente muito rica, estavam os cabriolés, uma espécie de carroça puxada a cavalos... Na Avenida São João estavam os melhores cinemas: o Marabá, o Olido, com seus camarotes e frisas. Quantos filmes! “O Canal de Suez”, “O Morro dos Ventos Uivantes”, “E o Vento Levou!”. Vejo-nos direitinho, como em um musical indo para a cidade de bonde. O condutor, o Delmiro, mais parecia um bailarino, um Fred Astaire tropical, por conta dos trejeitos, malabarismos de corpo que fazia ao parar, descer, cumprimentar, receber as pessoas, acomodá-las e, enfim, conduzir o bonde.
Era mais que um motorneiro. Esse era um show à parte!
Se bem me lembro, o cinema me acompanhou a vida inteira. Isso porque sou do tempo do cinema mudo, veja você, onde os violinos e o piano faziam nossa imaginação ouvir as vozes e sentir as emoções dos artistas que passavam rápidos nas telas. Depois veio o cinema falado e para nós isso era a maior e a melhor invenção. Olhando para o que se passou, constato que fui um bom freqüentador das telas. Com chuva ou com sol!
Até nossa primeira filha, com poucos meses de idade, não impedia nossa diversão preferida! Era nossa figurante proibida. Íamos ao Bom Retiro, ao cine Lux. Lá eu conhecia todo mundo e sentávamos com a menina nos braços bem na ultima fila, caso precisássemos sair às pressas para acalmar um choro repentino. Assistimos a tantas histórias e nossa menina dormia profundamente. Quase sempre.
Talvez por conta de trabalho, das exigências da vida, dos cuidados com a família e mesmo com a facilidade da televisão, acabei me dando conta de que fiquei muito tempo sem ir ao cinema. Engraçado, agora que estou praticamente sozinho, em conseqüência das perdas que a vida nos traz, o cinema volta com toda a força. Não perco quase nada do que passa nos shoppings perto de cas a. Tudo é mais confo rtável, imenso. Mas tudo é mais barulhento, apressado e real dem ais. Não sobra muito tempo para sonharmos.
Mesmo assim, quero ir a outros cinemas desta cidade que cresceu e cresce tanto. O jeito é me armar de um celular para que minha filha não fique tão preocupada comigo por causa dessas minhas novas aventuras cinematográficas."
Quando releio o que está escrito, não sei onde está o que o Seu Amalfi me contou e onde está o que projetei de sua vida em mim. Engraçado mesmo! Perdi-me nos labirintos da imaginação, onde o presente e o passado se fundem em um só desenho. A memória brinca com o tempo, como em um filme, como uma criança feliz.
Antonio Gil Neto, escritor paulista.
Texto escrito com base no depoimento do sr. Amalfi Mansutti, 82 anos
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Sobre Memória
O gênero literário valioso como MEMÓRIAS compreende, além dos dados pessoais e biográfico, valiosos depoimentos histórico em que se registram fatos políticos e sociais, paisagens, costumes e tendências artísticas.
Dá-se o nome de MEMÓRIAS ao gênero literário em que o autor, quase sempre em prosa, relato o que recorda, tanto de sua vida como dos acontecimentos marcantes ao contexto em que ela transcorreu. As memórias próprio memorialista e são, por isso, trabalho próximo à autobiografia e o diário.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Criação literária
A criação é um exercício de transformação. Não só transformação externa, mas aquela individual que ocorre internamente durante o processo de criação e que leva a uma releitura do mundo.
Ela pode ser fruto de uma reflexão racional ou sensorial:
“Sou um guardador de rebanhos,
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.”
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Um dia de Iago
Certo dia, Iago saiu ás seis horas de casa para ir trabalhar . Chegou la ás seis e meia , mas seu chefe chamou-lhe em sua sala ,e disse:
-Iago, pela sua competência lhe darei um dia de folga.
Iago agradeceu e saiu ás pressas para convidar sua família para ir a praia ,pra comemorar.
Então, pediram uma pizza á moda da casa, para comer á tarde, á beira do mar,á frente de uma paisagem incrívil, a beira do mar.
a medida que o tempo passava, ele percebia que aquela era a vida que gostaria de levar.
Conversou com sua família e deixar a cidade para morar ne praia, pois vio que ali não teria muito estresse; e,também, por causa do ar poluído,ou sejá ,teria uma qualidade de vida melhor.
E assim ele se mudo, e foi muito feliz
-Iago, pela sua competência lhe darei um dia de folga.
Iago agradeceu e saiu ás pressas para convidar sua família para ir a praia ,pra comemorar.
Então, pediram uma pizza á moda da casa, para comer á tarde, á beira do mar,á frente de uma paisagem incrívil, a beira do mar.
a medida que o tempo passava, ele percebia que aquela era a vida que gostaria de levar.
Conversou com sua família e deixar a cidade para morar ne praia, pois vio que ali não teria muito estresse; e,também, por causa do ar poluído,ou sejá ,teria uma qualidade de vida melhor.
E assim ele se mudo, e foi muito feliz
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